07/01/2008

Badalhoquice

A Play Girl está cheia de razão. Tanto tema para comentar e logo tinha que me prender com o que em seguida partilho com quem tiver paciência para me dar a sua atenção.
O tema que resolvi abordar é precisamente o do título: a badalhoquice. Mas não se pense que é uma badalhoquice qualquer. Não. É a badalhoquice que subrepticiamente se instala nas pregas da gente e depois de plantar a sua sementinha ordinária e manhosa, estende raízes e não tarda faz de qualquer ser um espécimen de evitar, fugir, ignorar. Uma flor no meio da merda (perdoem-me o vernáculo), não deixa de ser uma flor. O desafio está em aprender a sobreviver assim. Convenhamos, a merda faz falta. Para efeitos de adubo, se não para que a flor se destaque. Se fossemos todos flores, o cenário seria sem dúvida mais bonito, mas pouco diversificado. Eu aprecio uma àrvore, um calhau e até mesmo uma ocasional bosta de vaca - mesmo que depois venham atrás as moscas. Mas a badalhoquice, meus queridos, a badalhoquice é mais profunda do que isso. Mora em qualquer lado (mas prefere de longe o Cacém), tem todo o tipo de aspecto e direito a pisar o mesmo chão que eu e vocês e tantas outras flores. E a badalhoquice faz coisas ridiculas que depois se repetem - e de tanto se repetirem tornam-se comuns.
Vir para um blog ofender e mandar bocas manhosas a troco de... de... de quê? Uns segundinhos de atenção? É uma excelentíssima perca de tempo - e de ocupação de neurónios - que convenhamos, não abundam em quem, a troco da boa e velha badalhoquice, repete um discurso que, tal como o meu, não tem nada de original, mas ao contrário do meu, usa menos palavras e desculpem-me a imodéstia, ideias. Agora, a verdade tem que ser dita: a tal provocaçãozinha barata e ordinária teve a sua eficácia, sobretudo no tempo que dediquei a estas linhas. É que é muito fácil ser-se um «anónimo» comentador. Claro que sei que cada um de nós se esconde (ou mostra, dependendo da intenção) atrás de um pseudónimo. A diferença é que aqui a badalhoquice é coisa tão bem vinda como salmonelas a um restaurante.
Pela parte que me toca, enquanto puder evitar faux pas comportamentais, linguísticos e sobretudo sociais, considero-me aquela florzinha que vai sobrevivendo no meio de tanto excremento que para aí anda.

7 comentários:

Anónimo disse...

Eheheheheh!
Não conheço o Cacém, mas já estou a imaginar a respectiva fauna...

Mandarina disse...

ora, nem mais!
quem fala assim não é gago!
embora as bostas se despistem sozinhas na 1ª curva, é uma boa lição!

Cereja disse...

Brilhante!

Francis disse...

é o chamado contraditório.

Anónimo disse...

Já me tinha esquecido de que a Dita quando está inspirada consegue escrever posts verdadeiramente assombrosos, digo mesmo deslumbrantes...

Que as flores da nossa sociedade consigam aniquilar a bosta que impera neste pequeno quintal á beira-mar plantado.

Anónimo disse...

Spínola, tu não conheces o Cacém???

Porreiro, pá!!!

Kit disse...

Correndo o risco de soar como as conselheiras sentimentais da «Maria»: muito obrigada, meus queridos leitores :) especialmente o sr. Couves.

O que é que o Francis quer dizer com «o chamado contraditório»?