26/12/2007

Confusão Sexual

Era verdade. Tinha bebido demais. Estava nas últimas embora, mantivesse a dignidade (uma senhora nunca a perde). Tentou não cambalear, mas os saltos não permitiam que caminhasse com ligeireza. Precisava fazer uma pausa. Precisava de um retiro de alguns minutos para recuperar. Decidiu refugiar-se na casa-de-banho.
O bar era moderninho. Ela, no meio da dormência que o álcool provoca, hesitou: olhou para uma porta e depois para a outra. «Raios», pensou «lembro-me lá dos símbolos...». As portas estavam adornadas com os símbolos do feminino e do masculino. Muitas vezes, tinha-se gabado de ter boa memória visual e agora... era o vazio, o branco. Não se lembrava do significado de cada um.
Não se apercebeu de quanto tempo ficou ali com ar embasbacado a olhar para as portas. Por azar, não saía ninguém - nem de um lado, nem do outro. O álcool também tem destas coisas. Finalmente fez uma associação de ideias: o símbolo masculino fê-la lembrar-se de uma certa pessoa... hum... e apontava para cima. Era aquela a solução.
Sorriu marota e entrou pela porta que correspondia ao seu sexo. A partir desse dia nunca mais se enganou nas casas-de-banho. Quanto a beber... bom, claro que sim.


3 comentários:

Cereja disse...

Nem sei quantas vezes isso já me aconteceu....

Mandarina disse...

sabem a mnemónica que eu arranjei pra isso...a seta é sempre pra enfiar nalgum sítio
e a mulher...é católica!

Cereja disse...

ahahahahahah