Correndo o risco de soar a Carrie Bradshaw, hoje quero reflectir sobre a síndrome do ex. Tal como no conto de Dickens, todos os casos mal resolvidos acabam por nos vir morder no rabo. Como fantasmas de Natais passados. Sonhar com um ex que nos marcou e por quem sofremos aquela dor-de-cotovelo-levada-da-breca é talvez o sonho mais recorrente dos sonhos recorrentes.
Nesse sonho, estamos invariavelmente magníficas, resolvidas e mais longe do caco neurótico de cabelo desgrenhado que geralmente somos quando de facto damos de caras com o ex.
Seremos algum dia capazes de esquecer e perdoar? Ou o nosso inconsciente prega-nos partidas quando não estamos preparadas? De olhos abertos sabemos que já estamos noutra, mas enquanto dormimos, o ex vem de mansinho e obriga-nos a rever a cena vezes sem conta.
Já tive os meus sonhos com ex. Já todos tivemos. O que me maça realmente é que nos sonhos, por mais gloriosa que seja a nossa vitória, acordamos sempre com aquela sensação de desconforto que nos lixa o resto do dia. Deve ser isso que sente hoje o Quique Flores...